A UTOPIA DO NÃO (2019)
Paço Imperial
Rio de Janeiro, BRASIL

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A UTOPIA DO NÃO
14 de fevereiro de 2019
http://dasartes.com/agenda/a-utopia-do-nao-paco-imperial/
A UTOPIA DO NÃO
17 de fevereiro de 2019
http://revistadesvio.com/2019/02/17/a-utopia-nao/
Essa exposição resulta do processo coletivo de mergulho, reflexão e produção de treze artistas e sete curadores no âmbito dos cursos oferecidos pela Escola Sem Sítio, caracterizando-se como uma espécie de cartografia, constituída por gestos, materialidades e imagens capazes de proporcionar múltiplas reflexões e visões sobre o agora. Vemos aqui obras que versam sobre o território, as emoções, a natureza, o tempo, a violência, o segredo, o acúmulo, a ostentação, o bloqueio, a dor, o objeto, o consumo, o gesto, o subterrâneo, a inocência perdida.

Enquanto algumas dessas proposições focam na coletividade e nas questões sociais, no autoritarismo e no impedimento - olham "para fora" -, outras, por sua vez, voltam-se para assuntos internos, para afetos mal resolvidos, para a intimidade do ego - olham "para dentro". Essa aparente dicotomia, no entanto, dilui-se ao constatarmos que as obras aqui apresentadas transbordam entre si as várias possibilidades deste "não" que dá título à mostra.

Quando convocados a participar dessa experiência coletiva, andamos sobre o movediço terreno ambivalente da afirmação e da negação. Ou ainda: da negatividade como potência. É o que chamamos aqui de uma “utopia do não”, vinculada ao nosso modo (inevitavelmente tenso, desconfortável) de habitar o presente. Sabemos, de outro modo, que a arte lida com o que Adorno denominou “dialética negativa”, ou seja, enfrenta um mundo na contramão, à contrapelo. O “não”, aqui proposto, torna-se desejante, espaço de silêncio ativo e de reflexão constante.

Ao dizermos que esta experiência se abre a uma “utopia do não”, referimo-nos a uma dupla negação, a dois nãos que se opõem, já que u-topia significa etimologicamente “não-lugar” (ou = não; topos = lugar). Habitar este não-lugar da utopia é, portanto, um gesto afirmativo. Mas o que se afirma? Talvez o presente, a força do agora, uma força intangível e que não pode se apresentar senão como um vago ruído, vestígio, silêncio, inter-dito, algo que não somos capazes de definir e descrever completamente.

Os participantes dos Programas foram orientados por Cadu, Cristina de Pádula, Efrain Almeida, Fernando Leite, Ivair Reinaldim, Leila Scaf, Marcelo Campos e Tania Queiroz.

Integram a coletiva os artistas desta mostra Adriana Cangalaya, Anna Corina, Bianca Madruga, Caeso, Dulce Lysyj, Fernanda Mafra, João Paulo Racy, Maia Bueloni, Maria Vitória Marini, Mariana Paraizo, Mariana Süssekind, Patricia Figueiredo e Yago Toscano.

São curadores da mostra Ana Rosa, Anderson Oliveira, Andrea Almeida, Fernanda Carvalho, Gustavo Barreto, Hélio Bonomo e Vilmar Madruga.


Visitação| 26 de Janeiro a 23 de Fevereiro de 2019

Entrada Gratuita
programa público
projeto expográfico
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anderson oliveira